Reinaldo

Alexandre Garcia pede demissão na Globo e aumenta rumores de que ele fará parte do Governo Bolsonaro

O diretor Ali Kamel agradeceu a Garcia pelos serviços prestados. "Em nome da Globo, eu agradeço tudo de grande que Alexandre fez para o jornalismo da emissora, um legado que deve inspirar a todos nós que aqui trabalhamos: profissionalismo, brilho, correção e competência. E eu agradeço tudo o que fez por mim, seu jeito gentil, sua generosidade. Muito obrigado, Alexandre, um grande abraço, que você seja muito feliz, porque você fez por merecer", afirmou.
Alexandre Garcia entrou na Globo em março de 1988. Na emissora, ele teve funções de repórter e diretor de jornalismo antes de se tornar comentarista político e apresentador. Atualmente, ele atuava como comentarista político do "Bom Dia Brasil".
Como jornalista, ele passou pelos principais telejornais da emissora, como "Jornal Nacional", "Jornal Hoje" e "Jornal da Globo", e foi um dos mediadores do polêmico debate entre os presidenciáveis Luiz Inácio Luca da Silva e Fernando Collor, em 1989. No "Fantástico", no início de sua carreira na emissora, apresentou um quadro de crônicas que levava seu nome.
A ligação com a política é antiga. No governo do último presidente do regime militar, João Baptista Figueiredo, Garcia atuou como porta-voz e secretário de imprensa, mas acabou sendo exonerado devido à repercussão da entrevista "O Porta-Voz da Abertura" para a revista "Ele & Ela" em que se apresentava deitado em uma cama de cueca.
No texto, Ali Kamel afirma ainda que Garcia não deverá deixar a profissão fora da emissora. "Em nossa conversa, Alexandre me disse que deixa a Globo, mas não o jornalismo. Ele continuará a ter seus comentários políticos transmitidos por duzentas e oitenta rádios Brasil afora. Do mesmo jeito, continuará a escrever artigos para um sem número de jornais por todo o país. E, entre seus planos, está o de acrescentar outros títulos ao seu livro de grande sucesso 'Nos Bastidores da Notícia', lançado em 1990 pela Editora Globo".

Elogio a Bolsonaro

Neste ano, Garcia publicou um texto elogioso ao presidente eleito Jair Bolsonaro. O posicionamento contraria os princípios editoriais do Grupo Globo, que proíbe seus profissionais de expressarem suas preferências políticas em redes sociais.
"Em meus quase 80 anos de Brasil, nunca vi nada igual. Eu diria que se trata de uma revolução de ideias, tal a força do que surgiu do cansaço de sermos enganados", afirmou o jornalista em um post no Facebook.
O presidente eleito, que não poupou críticas à imprensa e à própria Globo durante a campanha, agradeceu publicamente ao jornalista. Nos bastidores da emissora, comenta-se que o jornalista havia sido informado que seu contrato não seria renovado e que ele teria recebido um convite do vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão, para assumir um cargo no governo. 
O texto elogiando o novo presidente do Brasil gerou um desconforto interno, já que a casa orienta aos contratados a evitarem o posicionamento político público do Jornalismo e seus profissionais.

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